segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ALMADA - A Minha Terra






Reza a história que em 1147, Almada é conquistada aos mouros, depois do cerco e tomada de Lisboa, pelas forças cristãs, ajudadas por uma armada de cruzados, que vieram em auxílio do primeiro rei português, - "D. Afonso Henriques".

Vinte e três anos depois da conquista de Almada, o rei D. Afonso Henriques, concede uma "carta de foral", também conhecida por carta de alforria, que concedia a todos os mouros forros, protecção e liberdade e foi assim que Almada foi povoada.

Esta Cidade de Almada, em que agora vivemos, estava nessa altura, situada
exactamente na zona de combates e de retaliações. A sua posição estratégica era de grande importância, porque representava um ponto fortificado em frente de Lisboa. A sua recuperação pelos muçulmanos traria um grave perigo para a capital, porque permitiria a concentração de tropas que daqui podiam atacar Lisboa. O fácil acesso por mar, faria de Almada um ponto de apoio para barcos de guerra que, por sua vez, podiam bloquear o acesso marítimo a Lisboa e prejudicar o comércio, que era tão importante para a sua subsistência e a sua prosperidade. Daí a necessidade para os guerreiros cristãos de integrar Almada, num conjunto de fortalezas que se protegessem mutuamente, e que servissem de defesa a Lisboa.

Assim os esforços de D. Sancho I, por favorecerem a fixação dos habitantes nas zonas de fronteira devem ter dado resultados muito precários. Com efeito, logo a seguir ao fracasso da invasão almóada de 1190, deu a Almada o foral, no qual atribuía à vila os privilégios das mais importantes cidades do reino.

Nesse documento não fazia menção dos freires de Santiago que ainda deviam manter a guarnição do seu castelo. É evidente que, depois da grave ameaça que a invasão de 1190, constituíu, a posição de Almada e das outras fortalezas confiadas aos freires de Santiago se tornava ainda mais decisiva, e que era, por isso, necessário atrair aí os habitantes, oferecendo-lhes privilégios especiais. Os Cavaleiros de Santiago eram, pois, os primeiros interessados em que se constituísse em Almada um municipio capaz de aqui fixar os habitantes.

Os grandes ataques muçulmanos cessaram por completo a partir de 1195, a guerra reduziu-se a operações de pequena envergadura na periferia das fronteiras. Almada continuou, portanto a crescer e a desenvolver-se no meio de dificuldades de toda a ordem, mas não voltou a ser ameaçada por expedições tão destruidoras como as da época em que recebeu o seu foral.

Passaram os tempos heróicos das guerras e do constante risco de morte. Iniciaram-se outras formas de luta, menos violenta, mas não menos decisiva, com os seus imperceptíveis sucessos e derrotas, com a indispensável colaboração não já dos guerreiros, mas dos homens e mulheres de trabalho, no duro combate de todos os dias pela sua subsistência, pela sua dignidade e pela sua liberdade "SÍMBOLO" desta luta que hoje queremos continuar a travar, para sermos dignos dos nossos antepassados e para podermos transmitir aos vindouros, a tradição que deles recebemos.

Adaptação da História de Almada
a) Alexandre Flores

Manuela Vital